Comissão Política Nacional do Partido Comunista Brasileiro (PCB)
O Partido Comunista Brasileiro (PCB) completa, neste 25 de março, 102 anos de existência. Trata-se de uma data histórica porque representa mais de um século de trajetória do mais antigo operador político do País, que esteve presente em todas as lutas do proletariado brasileiro nesse período. Mesmo operando a maior parte de sua existência na clandestinidade, o PCB nunca deixou de influir na sociedade brasileira e, por isso mesmo, produziu os maiores heróis populares do século XX.
Nossos camaradas se destacaram nos campos da ciência, da literatura, das artes plásticas, da música, da cultura em geral, da televisão e até mesmo do futebol, ressaltando-se ainda que a grande maioria das conquistas das trabalhadoras e dos trabalhadores brasileiros tem a digital do PCB. Por tudo isso, pode-se dizer tranquilamente que o PCB é parte do processo civilizatório brasileiro e, como disse o poeta, quem escrever a história do Brasil e das lutas de nosso povo e não falar do PCB estará mentindo.
Ao longo da nossa trajetória pagamos um alto preço pela ousadia de estar incondicionalmente atuando junto aos trabalhadores e às trabalhadoras, na luta contra o imperialismo, pela revolução brasileira e o socialismo. A burguesia nunca nos perdoou por essa ousadia e, por isso mesmo, nos perseguiu de maneira brutal ao longo de várias décadas. Para se ter uma ideia, de 1922 a 1985, o PCB teve apenas dois anos de legalidade, os outros 63 anos tivemos que operar na clandestinidade. Na última ditadura, um terço do Comitê Central foi assassinado na tortura, além de centenas de militantes perseguidos, presos, torturados e mortos.
Inúmeras vezes a burguesia e seus regimes ditatoriais, os fracionistas e os inimigos do povo tentaram acabar com o PCB, mas não conseguiram porque o Partido é parte da classe trabalhadora brasileira e, a cada ataque, consegue ressurgir mais temperado como uma fênix vermelha. Isso porque, enquanto existir miséria e exploração, enquanto existir o capitalismo e a sociedade brasileira dividida em classes, o PCB será o porta-voz da sociedade da abundância e da felicidade humana, que é a sociedade socialista, na perspectiva da sociedade comunista.
Como secular operador político, o PCB experimentou todas as formas de luta: organizou a insurreição armada de 1935, as guerrilhas camponesas de Trombas e Formoso e Porecatu; participou da fundação da UNE, das lutas da juventude brasileira e da campanha do Petróleo é Nosso; foi o principal organizador dos sindicatos urbanos e do campo, além das federações, confederações e centrais sindicais nacionais até antes do golpe de 1964; participou da luta institucional no Parlamento e nas entidades sociais e políticas; resistiu na clandestinidade a duas ditaduras e segue firme na luta pela construção da sociedade socialista no Brasil.
Sempre atuou em todas as lutas pelos direitos do conjunto do povo brasileiro e segue firme nas batalhas da classe trabalhadora, de negros e negras contra o racismo, das mulheres contra o machismo, a misoginia e o feminícidio, das LGBTs contra as opressões, dos povos indígenas pela demarcação de suas terras, nos movimentos antimanicomiais e anticapacitistas, nas ocupações, retomadas, bairros proletários e territórios, pelo direito à terra, à moradia, ao acesso pleno à saúde, educação, cultura, transportes.
Nesses 102 anos o PCB encontra-se em uma nova fase, após o processo de reconstrução revolucionária que iniciamos a partir de 1992, em seguida à desintegração da União Soviética, quando derrotamos os liquidacionistas e iniciamos o vitorioso processo de reconstrução política e ideológica do PCB nas mais adversas condições nacionais e internacionais. Temos hoje um Partido organizado nacionalmente, com uma linha política revolucionária, ajustada às condições da realidade brasileira à luta de classes em nosso País.
Sendo assim, os e as militantes do PCB e dos nossos Coletivos partidários (Unidade Classista, União da Juventude Comunista, Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro, Coletivo Negro Minervino de Oliveira e Coletivo LGBT Comunista), desde os mais jovens aos mais experientes, sentimos muito orgulho dessa história e procuramos honrar, com uma militância cada vez mais aguerrida e organizada, as lutas dos e das camaradas de todas as gerações, que deram o melhor de suas vidas para manter vivo e atuante o nosso partido histórico. Por isso, olhamos com otimismo o futuro e seguiremos firmes combatendo a burguesia e o imperialismo, organizando os trabalhadores e as trabalhadoras contra o sistema capitalista e mantendo bem alto a bandeira do poder popular, da revolução brasileira e do socialismo.
Longa vida ao PCB!
Não é mole não! É impossível acabar com o Partidão!