Os trabalhadores rodoviários da capital do Maranhão, São Luís, deflagram greve na última segunda-feira, 17 de fevereiro, em todas as linhas do sistema metropolitano de transportes da grande São Luís (São Luís, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa), deixando mais de 700 mil usuários sem o transporte cotidiano para o trabalho, escola e outras necessidades. Os rodoviários e a população da grande ilha enfrentam um enredo anual e infeliz nos transportes, sempre às vésperas da folia momesca. Principalmente nos últimos 4 anos em que a capital é administrada pelo prefeito Eduardo Braide (PSD) e o transporte metropolitano pela Agência Estadual de Mobilidade (Mob), atualmente sob gestão de Adriano Sarney.
Os rodoviários reivindicam o que é o essencial para mínima dignidade da categoria: reajuste salarial de 15%, ticket alimentação, inclusão de mais um dependente no plano de saúde, seguro de vida e adequação salarial de 25% para motoristas que desenvolvem funções de condutor e cobrador, sendo esta uma das mais perversas medidas da articulação Braide e empresários contra a categoria e contra a população. Além do aspecto salarial, a categoria reivindica melhores condições de trabalho, com maior segurança e estado de conservação dos ônibus.
As reivindicações dos rodoviários são mais do que justas e coerentes com o que os trabalhadores passam no dia a dia, o que inclui conflitos de trânsito e assaltos, às vezes com morte do profissional. Ainda assim, ao longo de negociações anteriores, não houve qualquer predisposição do Sindicato dos empresários para resolver, satisfatoriamente, as necessidades dos trabalhadores. A greve é o recurso que se torna necessário diante de truculências dos patrões.
O Prefeito Eduardo Braide, demonstrando habilidade falaciosa que o reelegeu, usou as redes sociais para afirmar que a greve é de responsabilidade e interesse dos empresários (nenhuma novidade), que anseiam que a tarifa praticada suba de R$ 4,20 para R$ 7,00, ficando assim a mais cara do país (em Florianópolis a passagem custa R$ 6,90). O prefeito defende aumento para até R$ 5,00. Propostas estas que oneram e comprometem maldosamente as já limitadas finanças da população.
Na mesma rede social, o prefeito afirma, como se fosse novidade, que os empresários mandam no sistema público. Obviamente, os interesses do patronato sempre servem de base para definir os rumos das negociações e nunca o da categoria de trabalhadores ou da grande massa trabalhadora, usuária do transporte público.Propõe apresentar à Câmara de Municipal projeto de lei para a realização de nova licitação no transporte público, o que, conforme experiência recente, apenas substitui CNPJs e logomarcas de empresas, sendo mantido o modus operandi do empresariado. Inclui ainda autorização da Câmara para o pagamento de corridas em carros de aplicativo para a população, retirando do próprio montante do subsídio a ser repassado às empresas.
O Prefeito também, no pior de sua desenvoltura do mal, reduz a reivindicação e o histórico de lutas da categoria dos rodoviários ao afirmar que a greve é apenas manobra de interesse dos empresários. Em vez de zelar, solidarizar-se e abraçar a pauta de reivindicações dos trabalhadores, BRAIDE DESQUALIFICA AS REIVINDICAÇÕES DOS RODOVIÁRIOS ao afirmar que estão sendo manobrados pelos empresários. Ora! Uma categoria que é essencial para o movimento da cidade não tem capacidade de articulação em prol dos seus direitos? Trabalhador quer trabalhar, mas sem respeito e dignidade.
Diante dessas horrendas atitudes do gestor fascista da capital maranhense , o PCB defende incondicionalmente a COMPLETA ESTATIZAÇÃO DO TRANSPORTE PÚBLICO METROPOLITANO, sem o empresariado, com trabalhadores selecionados por concurso e plano de carreiras plenamente executado e respeitado, com tarifa zero para todos os usuários e com veículos sob supervisão, gestão e controle direto do poder público, com participação popular na tomada de decisões
17 de fevereiro de 2025
Comitê Regional do Partido Comunista Brasileiro – Maranhão
