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Nota de repúdio aos ataques contra os camponeses da Gleba Campina e Povoado Vilela

Gleba Campina e Povoado Vilela
Gleba Campina e Povoado Vilela

As organizações presentes no I Encontro Regional com Lideranças Sociais da Amazônia, vem por meio desta nota, manifestar seu total repúdio aos ocorridos na Gleba Campina, localizada entre os municípios de Boa Vista do Gurupi e Carutapera/MA, onde por mais de 16 anos, grileiros de terras tem assassinado, destruído benfeitorias e casas de camponeses do Povoado Vilela.

Há anos os moradores do Povoado Vilela e das outras 9 comunidades afetadas pela grilagem denunciam as violências praticadas pela família do grileiro Nestor Finger, falecido em 2021. E há meses denunciam também a continuidade das ameaças e violências ocorridas em meio às negociações escusas entre a referida família e supostos compradores das terras. Com raras exceções nos poderes municipais da região e no Ministério Público, nenhuma autoridade estadual responsável ouviu os camponeses. Esses seguiram sendo tratados como intrusos em suas próprias terras e como “entulho” a ser retirado à força, como parte das negociatas dos grileiros.

O conflito se reacendeu na região quando no dia 28 de outubro de 2023 a Família Finger, com mais de 15 pistoleiros, invadiram as terras que eles mesmos tinham vendido, ignorando decisão judicial expedida por juiz de direito do Paraná, rejeitando o seu pedido de reintegração de posse e mantendo a posse para o suposto comprador. Tal grave situação de pistolagem que ocorre nessa região não é nenhuma novidade, ao longo do conflito 5 camponeses foram assassinados: José Menicio conhecido como Sergipano, Raimundo Nonato conhecido como Edivan, Benilson, Maria da Luz e Reginaldo.

Recentemente, os pistoleiros à mando dos grileiros, tem destruído barracos, queimado roças, arrancado cercas, proferido ameaças, impedido-os de trabalhar e de produzir o alimento, expondo ainda mais a calamitosa situação. Tudo no objetivo de tomar as terras daqueles que nasceram e se criaram por aqui com o suor de seu próprio trabalho!

Até quando isso persistirá? Por que os que vivem e trabalham nessas terras há anos não podem nelas ficar e permanecer em paz e sossego? Pedimos providências ao Governo do Estado do Maranhão, à Secretaria de Segurança Pública, ao Instituto de Terras do Maranhão, ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária e ao Poder Judiciário.

Reafirmamos mais uma vez, que repudiamos as sinistras ações da pistolagem nessa região e exigimos as mais duras medidas de punição aos responsáveis por estes atos!

Apoiamos, também, a iniciativa do Comitê de Solidariedade à Luta Pela Terra (COMSOLUTE) juntamente com a União das Comunidades em Luta (UCL) de promover o “Tribunal Popular: Julgamento da grilagem e dos crimes do latifúndio – caso Gleba Campina” que ocorrerá nos dias 09 e 10 de março no Povoado Vilela em Junco do Maranhão.

Toda solidariedade à Luta Pela Terra!

UC/UJC/Comunicação Maranhão

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