Em 21 de fevereiro de 1848 era publicado o Manifesto do Partido Comunista, de Marx e Engels, pela Liga dos Comunistas, a I Internacional, expressando seu programa.
“O Manifesto Comunista era um folheto de apenas vinte e seis páginas, nas quais se condensavam várias coisas: uma inteira explicação da história (cinquenta e quatro parágrafos), a relação entre os comunistas e o resto da classe operária (setenta e seis parágrafos) e a política dos comunistas na conjuntura de 1848 (onze parágrafos); os autores encontram ainda espaço naquelas vinte e seis históricas páginas para uma crítica das várias correntes socialistas e comunistas (cinquenta e seis parágrafos). Apesar de que no Manifesto faltam alguns conceitos científicos de importância no marxismo, a intensa condensação do texto indica que seus autores dominavam já com muita segurança o esquema geral de sua concepção.
O Manifesto Comunista continua surpreendendo qualquer pessoa que o leia pela primeira vez com olhos limpos ou que o releia pela segunda, terceira ou décima vez (certo que observa detalhes e argumentos nos quais não tinha reparado). Surpreende pela beleza de algumas de suas imagens – começando por suas palavras iniciais e seguindo pelas geladas águas do cálculo egoísta –, por muitas de suas ideias-força e hipóteses gerais (atrevidas, sem dúvida), por sua capacidade crítica, pelos argumentos exibidos em vários momentos, pela complexidade (inclusive obscuridade) para nós – para mim em concreto –, de algumas de suas afirmações, pelas excelências do autor como escritor e, enfim, pela ajustada e mais que surpreendente a veracidade de algumas de suas previsões e descrições, mais agora que no momento em que foi publicado. Em definitivo, um clássico do pensamento do qual podemos continuar refletindo e aprendendo.”
Salvador López Arnal (editor), Rebelión